------|> Olhar O Longe, Já!

Habituada a traçar os caminhos que cruzam a ciência com as artes performativas, a MARIONET dá com Oolooa mais um passo nesse percurso. Aproveitando a efeméride do Ano Internacional da Astronomia que se assinalará em 2009, ano em que se cumprem 400 anos sobre a primeira vez que Galileu apontou uma luneta para o céu, decidimos criar um objecto artístico que, partindo da Astronomia, reflicta sobre o conhecimento que temos do mundo e de nós próprios.

Os telescópios apontados para as galáxias distantes, sejam aqueles que podemos ter na nossa varanda, sejam aqueles, como o Hubble, que colocámos no espaço, recolhem informação do passado do universo. A ténue luz azul que nos chega de galáxias a milhões de anos-luz do nosso planeta mostra-nos essas galáxias tal como eram há milhões de anos atrás. Quanto mais longe conseguimos alcançar usando os nossos olhos tecnológicos, mais recuamos no tempo e nos aproximamos do momento em que a Ciência estima que o universo começou a sua expansão, há 13700 milhões de anos atrás.

Olhar para o céu através de um telescópio é, por isso, utilizar uma máquina do tempo que nos permite ver o passado do mundo. Muitas das questões que se colocam à Ciência, nomeadamente aquelas que se prendem com a origem de tudo - do Homem, da vida, da matéria, da luz - estão relacionadas com acontecimentos passados há milhares de milhões de anos onde algumas teorias científicas consideram ter existido uma inimaginável explosão a partir da qual o universo terá começado a sua expansão, o “big bang”. As máquinas do tempo que são os telescópios constituem o nosso ponto de ligação a esse passado longínquo e as ferramentas que nos permitirão, eventualmente, obter as respostas que ansiamos.

Queremos, neste projecto, transpor essas perguntas para o domínio artístico com um espectáculo que reflicta e leve a reflectir sobre elas. Uma forma que encontrámos para colocar de forma mais incisiva o cerne do espectáculo ao público que a ele assistir é a de criar condições de assistência invulgares.

A acção decorre simultaneamente em dois locais distintos como forma de sublinhar as condições de distância entre observador e observado habitualmente existentes nas observações astronómicas. No local de cota mais baixa, o Parque Verde do Mondego, acontece uma apresentação sobre Astronomia durante a qual é realizada uma experiência para encontrar resposta a uma pergunta sobre as estrelas. No local de cota mais elevada, o terraço da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, será criada uma constelação artística a partir de histórias míticas associadas a algumas constelações celestes.

A assistência ao espectáculo no local de cota mais baixa é gratuita.

A assistência ao espectáculo no local de cota mais elevada custa 5000€ (apenas uma pessoa por apresentação, mediante marcação prévia).

Quem assistir ao espectáculo no local de cota mais baixa pode assistir igualmente à acção a decorrer no local de cota superior a olho nu, à distância, pois os dois locais ficam em linha de vista e, adicionalmente, através das imagens captadas por um telescópio e parcialmente projectadas num écran.